A iniciativa é uma espécie de "legado ambiental" para o torneio. Segundo a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, o País é o primeiro a ter 100% das emissões de carbono relacionadas diretamente ao evento mitigadas. "É a primeira Copa Verde e a Fifa passa a adotar essa prática como uma referência para os próximos torneios. A marca de baixo carbono do País é a única que poderá ser associada ao evento, ao lados dos patrocinadores", destacou Izabella.
A estimativa é que o uso de biocombustível para aviação reduz em 80% as emissões em relação ao combustível fóssil. As emissões dos deslocamentos aéreos são chamadas de "indiretas" em relação ao torneio. Nesse aspecto, segundo a ministra, ainda faltam 40% das emissões a serem reduzidas. "Nós somos o País que mais reduz as emissões, sem custo e voluntariamente. Em relação às reduções no setor florestal, as emissões que cortamos representa toda a produção do Reino Unido", destacou Izabella.
O voo foi abastecido com querosene de aviação com uma mistura de 4% de biocombustível, produzido a partir de óleo de milho, gorduras não vegetais. Ao todo serão usados mais de 2 milhões de litros do combustível nos deslocamentos da Seleção Brasileira e em voos comerciais da companhia, partindo do Aeroporto do Galeão, no Rio. "Essa iniciativa coloca a companhia na liderança mundial na redução das emissões de carbono. Esperamos incorporar a tecnologia em voos comercial com o biocombustível já a partir de 2015", destacou o diretor executivo de operação da Gol, Sergio Quito.
Isenção
Durante o evento, o governo, empresas aéreas e associações de produtores de biocombustível assinaram um protocolo de intenções para estudar a ampliação do programa nos voos comerciais do País. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Empresas Aereas (Abear), Eduardo Sanowicz, para ampliar a escala da iniciativa e tornar o uso dos biocombustíveis sustentáveis, ainda é preciso reduzir em cerca de 30% o custo da bioquerosene."Temos compromisso internacional de reduzir à metade as emissões até 2050. O fator técnico está praticamente concluído, mas ainda não o aspecto econômico. Essas conversas procuram encontrar as condições para torná-lo viável", afirmou Sanowicz.
O diretor da Gol, Sérgio Quito, defendeu a desoneração e redução de ICMS para acelerar a implantação do combustível na malha viária. "Para incluir nos voos já em 2016, seria necessário discutir uma redução total ou parcial do imposto. Isso é fundamental para ampliar a escala, tornar o negócio sustentável e atender às exigências internacionais. O desenvolvimento do biocombustível traz enormes benefícios ambientais, mas também estrutura uma cadeia de valor no País", destacou.
Na avaliação da ministra do meio ambiente, o diálogo com os produtores, empresas e governo está aberto para defender o melhor modelo para o setor. "Este é um processo político que demanda envolvimento do setor financeiro para adoção da tecnologia nacional. Estamos propondo uma repactuação da leitura das emissões, olhando para o processo econômico, dentro da realidade do mercado", afirmou.
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